quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carta aberta à Presidenta Dilma II

Senhora Presidenta Dilma,
    
     Volto a sua presença para tratar do mesmo tema da Carta anterior: a sanção da Lei nº 60/99.  O Globo, de 22/07/2013, noticiou que “Gilberto Carvalho recebeu em audiência no Palácio do Planalto dois padres e leigos do movimento Pró-Vida, que entregaram pedido de veto à referida Lei e que um dos leigos presentes, o advogado Paulo Fernando de Melo, Vice-Presidente do movimento Pró-Vida, afirmou que, se não houver o veto, a campanha antiDilma voltará no ano que vem”.
Senhora Presidenta, os relevantes e profundamente humanos e sociais motivos justificam, por si próprios, a sanção desta Lei. A desumanidade, a frieza e a insensibilidade dos inquisidores que foram falar com Gilberto Carvalho atestam a necessidade e urgência da aprovação sem vetos da 60/99. Sem falar no comportamento inaceitável, sob qualquer aspecto, da ameaça/chantagem política feita à Presidenta da República.
Senhora Presidenta, a cota de martírio e sofrimento (discriminações, torturas e fogueiras), imposta às pessoas do sexo feminino ao longo da história humana pela intolerância religiosa, já deveria ter saciado o apetite dos senhores inquisidores. Mas, INFELIZMENTE, INFELIZMENTE, INFELIZMENTE eis que vemo-los, ressurgir das trevas aqui em nosso País: eles continuam precisando da dor e do sofrimento de seus semelhantes do sexo feminino.
Senhora Presidenta, na hora de decidir sobre esta questão, não pense nas eleições de 2014.  Lembro das adversidades pelas quais a senhora passou na sua vida. Temos certeza que o povo brasileiro, ao eleger Vossa Excelência presidente do Brasil, o fez com a convicção de que estava elegendo uma líder que possuía, entre outras, a rara virtude de não negociar PRINCÍPIOS.
Virtude que é “cláusula pétrea” do seu caráter. Peço que a senhora pense na mulher brasileira vítima de estupro sendo condenada a sustentar uma gravidez gerada nessas dolorosas circunstâncias. Ou seja, no princípio e no final das contas vira RÉ, e a CULPA do ESTUPRO passa a ser da MULHER ESTUPRADA. E, pense também, senhora Presidenta, na BIOGRAFIA que deixará como legado para seus pósteros. E que os inquisidores saibam que existem PRINCÍPIOS INEGOCIÁVEIS!

Daniel Tourinho
Presidente do Partido Trabalhista Cristão


P.S.: Fico a pensar na americana que foi estuprada por quatro bandidos dentro de uma van no Rio de Janeiro, fato que repercutiu no mundo inteiro. Ela foi medicada, tomou o coquetel anti-HIV e a pílula do “dia seguinte”. Como impedir as brasileiras, vítimas de estupro, de ter esse mesmo DIREITO?


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